Cada ano, aproximadamente 72.000 mulheres nas Américas são diagnosticadas com câncer cervical e mais de 34.000 mulheres morrem desta doença. O teste do HPV para mulheres para detectar lesões pré-cancerosas, seguido de tratamento atempado, e juntamente com a vacinação contra o HPV para raparigas são estratégias chave para prevenir o cancro do colo do útero e salvar vidas
Washington, D.C, 1 de fevereiro de 2019 (OPAS) – Em comemoração ao Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está se esforçando para acelerar os esforços de prevenção e controle para criar um futuro sem câncer do colo do útero, que é o terceiro câncer mais comum entre as mulheres da América Latina e do Caribe, mas que pode ser prevenido.
“É inaceitável que as mulheres morram hoje de uma doença que pode ser amplamente prevenida”
Todos os anos mais de 56.000 mulheres na América Latina e no Caribe são diagnosticadas com câncer do colo do útero e mais de 28.000 morrem por causa dele. Estes números sobem para 72.000 diagnósticos e 34.000 mortes quando os Estados Unidos e o Canadá são incluídos. Entretanto, existem ferramentas de prevenção e tratamento que salvam vidas.
“É inaceitável que as mulheres hoje morram de uma doença que pode ser amplamente prevenida”, disse Silvana Luciani, chefe da Unidade de Doenças Não Transmissíveis da OPAS.
Câncer do colo do útero pode ser prevenido através da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). Vacinas que protegem contra os tipos comuns de HPV que causam câncer estão disponíveis há mais de uma década. A OPAS recomenda a administração desta vacina a meninas de 9 a 14 anos.
Além da vacinação, o rastreamento e o tratamento de lesões pré-cancerosas podem prevenir novos casos e mortes. Com o tempo, o câncer cervical pode ser eliminado como um problema de saúde pública, disse o Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, em seu chamado à ação em maio de 2018 na Assembléia Mundial da Saúde.
A vacina contra o HPV está disponível em 35 países e territórios da Região das Américas. No entanto, na maioria dos países, a taxa de cobertura da vacina contra o HPV com as duas doses recomendadas ainda está aquém do objetivo de pelo menos 80% das meninas. Além disso, existem lacunas no acesso aos serviços de rastreio e tratamento de lesões pré-cancerosas, e as taxas de cobertura de rastreio são inferiores à meta de pelo menos 70% das mulheres entre os 30-49 anos de idade. Estima-se que pelo menos 32 milhões de mulheres precisam de ser rastreadas para o cancro do colo do útero na Região.
Para sensibilizar o público para a doença, em Novembro passado a OPAS lançou a campanha de comunicação “É tempo de acabar com o cancro do colo do útero”. Sob o lema “Não deixe que o cancro do colo do útero o impeça”, a iniciativa fornece informações sobre as vacinas contra o HPV e apela às mulheres para que façam exames regulares para detectar lesões pré-cancerosas. A campanha responde ao plano de reduzir em um terço os novos casos e mortes por câncer do colo do útero na Região até 2030, conforme acordado pelos Ministros da Saúde da Região na reunião do Conselho Diretor da OPAS em 2018.
“Os governos devem adotar medidas urgentes para garantir que todas as meninas sejam vacinadas contra o HPV e que todas as mulheres com mais de 30 anos sejam examinadas e tratadas para lesões pré-cancerosas”, disse Luciani. “Fazer isso salvará a vida de milhares de mulheres”
Dia Mundial do Câncer 2019
Dia Mundial do Câncer, coordenado pela União para o Controle Internacional do Câncer (UICC) todos os anos em 4 de fevereiro, é uma oportunidade de unir o mundo inteiro na luta contra a epidemia global do câncer.
Este ano, 2019, marca o lançamento da campanha de três anos com o slogan “Eu sou e eu vou”, um apelo à ação que capacita e pede uma promessa pessoal para ajudar a reduzir o impacto do câncer.
Câncer nas Américas
- Câncer é a segunda principal causa de morte nas Américas.
- Em 2018, houve 3.792.000 novos casos – 21% do total mundial – e 1.371.000 mortes por câncer na Região.
- Prevê-se que, até 2030, a carga de câncer aumentará em 32% para mais de 5 milhões de pessoas diagnosticadas a cada ano na Região, com base no envelhecimento da população, na exposição a fatores de risco e na transição epidemiológica.
- As maiores taxas de incidência de câncer são observadas nos Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Porto Rico, Barbados, Argentina, Brasil, Cuba, Jamaica e Costa Rica.
- A mortalidade por câncer é maior no Uruguai, Barbados, Jamaica, Cuba, Argentina, Haiti, Trinidad & Tobago, Suriname, Chile e República Dominicana.
- Todos os anos, mais de 1,8 milhões de novos casos e cerca de 658.000 mortes ocorrem entre as mulheres da Região.
- Nas mulheres das Américas, os cânceres mais comuns são: de mama (462.000 casos), pulmonar (157.000), colorretal (151.000), tireóide (98.000; 16,1/100.000), e cervical (72.000).
- Em homens, há quase 2 milhões de novos casos de câncer e cerca de 713.000 mortes por ano na Região.
- Os cânceres mais comuns em homens nas Américas são: próstata (425.000 casos), pulmão (186.000), colorretal (157.000), bexiga (91.000) e linfoma não-Hodgkiniano (67.000).
- As evidências científicas atuais indicam que 40% dos cânceres podem ser prevenidos através da redução dos fatores de risco (uso de tabaco, dietas baixas em frutas e vegetais e altas em carnes vermelhas e processadas, consumo de álcool, inatividade física, excesso de peso/obesidade, exposição de carcinógenos no local de trabalho) e vacinação (vacinas contra hepatite B e HPV).
- Outros 30% dos cancros podem ser curados se forem detectados precocemente e tratados adequadamente.
- Todos os casos de cancro avançado podem beneficiar de cuidados paliativos.
Links
– Website da campanha: É tempo de acabar com o cancro do colo do útero
– Ministros da saúde comprometem-se a reduzir os casos de cancro do colo do útero e as mortes em 30% nas Américas até 2030
– Plano de acção para a prevenção e controlo do cancro do colo do útero 2018-2030
– Cancro
– Dia Mundial do Cancro
– Globocan
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