O que há de errado em ser independente? | Psicologia Hoje Canadá

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Rehan Qureshi/
Source: Rehan Qureshi/

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Americana valoriza a independência, mas às vezes podemos levar isso um pouco longe demais.

Para muitos de nós, o sucesso anda de mãos dadas com a auto-suficiência. Qualquer coisa, dizem-nos frequentemente, pode ser alcançada através de trabalho árduo – o que geralmente implica trabalho feito por conta própria.

Para aqueles criados nos Estados Unidos, a ideia de independência pode trazer à mente histórias icônicas sobre “indivíduos robustos” -pioneers, mavericks, ou imigrantes engenhosos que construíram uma vida nos seus próprios termos. Mas embora a bravura e a perseverança sejam traços valiosos que nos ajudam a fazer nosso caminho na vida, essas histórias podem idealizar a autonomia, instilando expectativas irrealistas de alcançar nossos objetivos solo-e essas narrativas também ignoram o fato de que nos beneficiamos enormemente da ajuda de outros.

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Outras pessoas são críticas para o nosso bem-estar

Desde os primeiros dias de nossa existência, nosso estado dependente é algo que todos nós temos em comum. Biologicamente, é um fato que os bebês humanos nascem indefesos, antes mesmo de nossos crânios serem totalmente formados ao redor de nossos cérebros. Nós sobrevivemos e prosperamos apenas na medida em que os nossos pais ou outros adultos carinhosos satisfazem as nossas necessidades mais básicas. Emocionalmente, precisamos sentir que os outros entendem para dar sentido à nossa própria experiência.

Como adultos, a nossa necessidade pelos outros é uma realidade que talvez tenhamos de trabalhar para aceitar. Negar isso acarreta consequências profissionais e pessoais. Ser excessivamente auto-suficiente pode nos afastar das oportunidades de trocar idéias, receber inspiração e aprofundar relacionamentos – todas as interações que promovem o crescimento.

Nova Pesquisa sobre Dependência Saudável

Até recentemente, os profissionais de saúde mental muitas vezes viam a dependência como uma fraqueza. Entretanto, trabalhos recentes de Robert Bornstein e outros pesquisadores de personalidade reformularam a dependência como um traço que todas as pessoas compartilham. Nosso estilo de dependência cai em um espectro: pode ser equilibrado (saudável), ou podemos tender a extremos, buscando muita ou pouca ajuda de outros.

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O que é dependência saudável? Estudos mostram que as pessoas que relatam o maior equilíbrio emocional, satisfação de vida e otimismo sobre o futuro têm a capacidade de se apoiar e confiar nos outros às vezes – e também de trabalhar independentemente, conforme necessário.

Qual é o lado negativo de muita independência?

Os pesquisadores descobriram que as pessoas que evitam pedir ajuda podem sofrer custos sociais e profissionais significativos. Eles têm a tendência de evitar procurar ajuda valiosa de educadores ou colegas porque o envolvimento de outros os faz sentir-se necessitados. Mas ao escolherem isolar-se para se sentirem auto-suficientes, podem colocar-se em risco de se sentirem sem apoio ou deprimidas.

Os benefícios de depender dos outros

Se pedir ajuda não vier naturalmente, pratique.

Dê a si próprio uma oportunidade de superar a sua relutância inicial e experimente. Comece devagar, e tome tempo para ver como se sente ao envolver os outros. Você pode notar alguns benefícios imediatos:

  • Aliviar a sua carga. Para dizer o óbvio, se você estiver disposto a pedir ajuda, suas tarefas podem se tornar significativamente mais fáceis. Isto pode ser um enorme alívio.
  • Aprenda mais. Algumas pessoas são recursos abundantes de conhecimento – pedindo sua ajuda você pode criar uma oportunidade de aprender muito mais do que você espera. Muitas pessoas realizadas estão surpreendentemente dispostas a compartilhar sua sabedoria acumulada, e acham tal interação gratificante. Mostrar interesse genuíno e estar preparado com perguntas irá enriquecer a troca.
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  • Aumentar a eficácia através da colaboração. Pedir ajuda a outras pessoas pode levar à colaboração. Além de obter o benefício de sugestões que você pode não ter pensado independentemente, você pode encontrar pessoas dispostas a ajudar com o refinamento de suas idéias, aumentando assim a eficácia de sua abordagem.
  • Melhorar os relacionamentos. Pedir ajuda a alguém graciosamente pode realmente melhorar o seu relacionamento com essa pessoa. Pode ser uma oportunidade de comunicar confiança e apreço. Cada vez mais, resultados robustos de pesquisas revelam que ter uma rede social de apoio é um fator consistente na saúde e bem-estar humano. Algumas culturas, como a cultura japonesa e indiana, promovem a interdependência, entendendo-a como uma dimensão importante da intimidade. Nesta visão, os laços relacionais são fortalecidos pela reciprocidade de atos reais de apoio.

Existem sinais de que nossa aversão nacional a apoiar-se nos outros pode estar mudando: Por exemplo, nos locais de trabalho e nas escolas, é cada vez mais comum que funcionários e alunos trabalhem em colaboração em equipe. Embora os processos de grupo venham com frustrações, compartilhar idéias facilita o uso das habilidades que os outros oferecem.

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Esta é uma mudança bem-vinda, pois a pesquisa sobre dependência indica que equilibrar independência com formas saudáveis e mútuas de interdependência realmente ajuda as pessoas a se sentirem melhor sobre si mesmas e suas vidas. A capacidade de confiar nos outros pode ser um componente crucial do sucesso social, profissional e acadêmico; geralmente leva a sentir-se mais, e não menos, capacitado.

Amy Smith, MA, é Fellow em Psicologia Clínica no Instituto William Alanson White e está completando seu doutorado em Psicologia Clínica na Universidade Adelphi.

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