Pâncreas de porco fetal (PFP) obtidos de 4 porcas prenhes foram agrupados, picados em fragmentos de 1 mm3 e estudados em cultura de órgãos por até 30 dias para determinar a viabilidade tecidual e a produção de insulina in vitro. Após 7-9 dias em cultura, alguns destes explantes foram transplantados em ratos receptores nus, N:NIH-nu(s), e estudados histologicamente durante 69 dias após a enxertia. Usando RPMI 1640 suplementado com soro fetal de 5% de bezerro como meio de cultura em 90% ar/10% CO2, verificou-se que os explantes eram viáveis com a produção de insulina detectada in vitro, que era máxima no 7º dia (197 +/- 18,9 mU/L, n = 11), e gradualmente declinou depois. Em 22 dias, os níveis de insulina eram inferiores a 60,1 +/- 28,5 mU/L (n = 6). A histologia dos explantes mostrou tecido viável com evidência de mitoses presentes nas células insulino-positivas no 16º dia in vitro. Além desse tempo, a viabilidade tecidual diminuiu. Os explantes transplantados em ratos nus euglicêmicos não sofreram rejeição durante o período de observação de 69 dias. Os enxertos permaneceram viáveis com evidência de aumento da atividade mitótica no tecido endócrino na coloração da imunoperoxidase. Estas investigações preliminares confirmam que os explantes pancreáticos de fetos suínos podem ser mantidos em cultura por até 16 dias. Tais explantes, quando transplantados sob a cápsula renal de ratos euglicêmicos, nus, não sofreram necrose, mas permaneceram viáveis, com evidência de mitoses no tecido da ilhota.