Objectivos: Investigar a relação entre as úlceras de pressão do calcanhar e a doença arterial periférica (DAP) e determinar a viabilidade da realização de um estudo de caso-controle compatível estatisticamente.
Antecedentes: As evidências indicam uma relação entre as úlceras crónicas de perna e a doença vascular. A relação entre as úlceras de pressão do calcanhar e a doença vascular é menos bem estabelecida.
Desenho: Um estudo de caso-controle compatível.
Métodos: Os dados foram recolhidos entre Março de 2014 e Janeiro de 2015. 15 pacientes identificados como tendo uma úlcera de pressão do calcanhar de grau 2, 3 ou 4 foram comparados com 15 controles pareados sem úlceras de pressão do calcanhar. A medida de desfecho clínico primário foi o índice de pressão braquial do tornozelo (ABPI), onde um ABPI <0,9 ou >1,3 foi considerado clinicamente indicativo de DAP. A medida primária de viabilidade de desfecho foi a taxa de recrutamento.
Resultados: Oitenta e sete pacientes foram relatados como tendo úlceras de pé e calcanhar; 36 dos quais foram identificados como tendo úlceras de pressão do calcanhar, 15 (42%) dos quais foram recrutados para o estudo. Os pacientes que apresentavam úlceras de pressão do calcanhar eram significativamente mais propensos a ter simultaneamente DAP previamente não diagnosticada, em comparação com a idade, sexo e etnia dos controles sem úlceras de pressão do calcanhar (odds ratio: 11, intervalo de confiança de 95% 1,99-60,57).
Conclusão: A formação de úlceras de pressão do calcanhar pode, em alguns pacientes, estar relacionada com a presença de DAP e não como consequência de cuidados de má qualidade. Os profissionais de saúde devem avaliar o paciente para excluir ou confirmar o DAP.