Introdução: A pesquisa demonstrou a associação entre orgasmo vaginal e melhor saúde mental. Algumas teorias da psicoterapia afirmam uma ligação entre bloqueios musculares e distúrbios tanto de caráter como de função sexual. Na terapia funcional-exológica, um foco de tratamento é a melhoria do movimento voluntário. O presente estudo examina a associação do movimento corporal geral diário com a história do orgasmo vaginal.
Objetivo: O objetivo era determinar se sexólogos adequadamente treinados poderiam inferir a história do orgasmo vaginal das mulheres a partir da observação apenas da sua marcha.
Métodos: Mulheres com histórias conhecidas de orgasmo vaginal ou anorgasmo vaginal eram filmadas andando na rua, e seu status orgástico era julgado por sexólogas cegas à sua história.
Principal medida de resultado: A concordância entre ter tido orgasmos desencadeados por relações sexuais pénis-vaginais (não orgasmos de estimulação directa do clítoris) e as inferências dos avaliadores da história do orgasmo vaginal baseada na observação da caminhada da mulher foi a principal medida de resultado.
Resultados: Na amostra de jovens belgas saudáveis (metade das quais tinham orgasmo vaginal), o histórico de orgasmo vaginal (desencadeado apenas por relações sexuais pénis-vaginais) foi diagnosticado a um nível muito melhor do que o casual (81,25% correcto, Fisher’s Exact Test P < 0,05) por sexólogos devidamente treinados. A história do orgasmo do clítoris não estava relacionada tanto com as classificações como com a história do orgasmo vaginal. Análises exploratórias sugerem que uma maior rotação pélvica e vertebral e comprimento dos passos pode ser característica da marcha de mulheres que experimentaram orgasmo vaginal (r = 0,51, P < 0,05).
Conclusões: O observador perspicaz pode inferir a experiência da mulher com orgasmo vaginal a partir de uma marcha que compreende fluidez, energia, sensualidade, liberdade e ausência de músculos flácidos e bloqueados. Os resultados são discutidos em relação a pesquisas anteriores sobre a marcha, o efeito da musculatura na função sexual, a natureza especial do orgasmo vaginal e as implicações para a terapia sexual.